30 de janeiro de 2006

Museu erótico de Veneza abrirá em Fevereiro

Há quem tenha uma colecção de arte erótica e não tenha onde a mostrar ao púbico.
Entretanto, em todo o mundo há cada vez mais museus dedicados à arte erótica. Desta vez, em Fevereiro abrirá um museu em Veneza, perto da Praça de São Marcos. Quem promove a exposição é Claudio Dell'Orso, autor, entre outros, dos livros «Venezia erotica» e «Venezia Libertina», dedicados à cidade dos canais escancarados para os turistas atravessarem.

Fonte: Portal Ansa em português e em italiano.

29 de janeiro de 2006

Causas pelas quais vale a pena lutar

Consegues imaginar um lugar em que duas mulheres se beijam na rua e um vizinho as molha com uma mangueira? Esse lugar existe... e é Portugal! [notícia no Público]
A homofobia está enraizada na nossa cultura. As pessoas que têm uma orientação sexual diferente da «««««normal»»»»» são impedidas de fazer a sua vida, maltratadas na sua dignidade e prejudicadas na sociedade e no trabalho.
E Portugal até "é, neste momento, o único país da Europa cuja Constituição proíbe explicitamente a discriminação com base na orientação sexual. No entanto, essa discriminação continua a existir na lei uma vez que o casamento civil continua a não ser permitido para casais de gays ou de lésbicas". [Associação ILGA Portugal]. A situação nos outros países é diversificada [PortugalPride]
Entretanto, na semana passada "o Parlamento Europeu aprovou uma resolução que afirma que os casais de gays ou de lésbicas devem ter a mesma protecção perante a lei". E convidou os Estados-membros a velarem para que "lésbicas, gays, bissexuais e transexuais sejam protegidos dos discursos de ódio e das violências homófobas e a agirem para que os parceiros do mesmo sexo gozem do mesmo respeito, da mesma dignidade e da mesma protecção que o resto da sociedade". [Portugal Diário]
A Teresa e a Lena estão de parabéns pela sua coragem: irão tentar casar na próxima quarta-feira, na 7ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa. Assumindo que isso será um direito que lhes será recusado. E estando preparadas para "levar o caso até ao Tribunal Constitucional e, se necessário for, até ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos". [PortugalGay]
Esta causa noutros blogs - [Renas e Veados][Random Precision]
Aconselho-te a leres os comentários. Para quem não vai lá, ficam alguns excertos:
Seven - "Uma coisa é não ser discriminado e ser tratado com dignidade; outra coisa é a lei e o casamento. Não vejo nenhum problema em haver casais homosexuais mas não estou de acordo que haja casamento entre eles. São coisas diferentes. Eu não sou homófobo mas concordo que este país é uma merda nesse aspecto"
Matahary - "Para mim, não é, nem nunca foi importante o ritual, o sacramento, do casamento. Mas, sim, todos devem ter essa oportunidade, essa liberdade e direito (lembremos que nem sempre foi assim na sociedade portuguesa e continua a haver alguns restos por aí). Não consigo sequer imaginar o que é querer andar abraçada na rua ou dar um beijo, e sentir-se coibida de fazê-lo pela pressão social. Eu acho que não conseguia! Por isso, Força! Coragem! E venham-se até às últimas consequências! Coragem!"
Gabriel - "Se aceitarmos a homossexualidade, o que acho bem, temos de aceitá-la até às últimas consequências desde que não prejudique terceiros. Estou a pensar na adopção em que a questão poderá ser mais controversa... mas em tudo o resto, porque não o casamento? Lembremos a questão das casas, dos empréstimos, dos impostos, das heranças...
Aceitar a vida em comum e depois, em caso de morte, negar ao «sobrevivo» o direito à herança por não estar casado... E, por outro lado, não ter criado legislação que autorize esse casamento...
Liberdade não é libertinagem! - Há casais homo que se portam na sua vida social como se de casais «ditos normais» convencionais, se tratasse (Reflexões de um «coroa» já no ocaso da vida mas que teima em se manter actualizado)"
Lolaviola - "cem por cento a favor da luta pela felicidade e dignidade"
São Rosas - "O que está aqui em causa é algo tão simples como o «direito ao bem-estar», como eu lhe chamo. Reparem nestas coisas do dia a dia que para nós são adquiridas e que para esta malta são pequenos infernos:
Teresa e Lena querem poder pedir um empréstimo em conjunto, partilharem os mesmos direitos como mães em relação a Marisa [filha biológica da Teresa] e não serem barradas à entrada de um hospital porque a sua união não é reconhecida pelo Estado português, nem terem de arranjar subterfúgios na escola para poderem acompanhar o percurso de Marisa - Lena é «a mãe», enquanto Teresa é a «encarregada de educação»"
Nelo - "E intam eu, melhéres? Que tive de arranjari a Efigénia, sinhora de beins partimoneiais, para me poder safari nesta çossiedade ipocrita. Çim, perque a riforma anteçipada de contínuo da Caxa, nam dava pra nada. Açim tenho de viveri esti fas de conta cando o que ê queria era cazari cum um home como o Lalito mas que nam foçe poçidónio come eli. Ai melhéres, o que uma melhér pena..."
MN - cita Madonna: «Poor is the man whose pleasures depend on the permission of another» mas "já a adopção me levanta (muitas) dúvidas"
Sorriso teu - "Irritam os falsos liberalistas, que clamam estar a favor «que se juntem, cada um sabe de si»... mas casar... casar é de mais, dizem eles. Nada pior que um hipócrita disfarçado. Ao menos digam logo que são contra, que vos incomoda, não varram para debaixo do tapete como se de nada se tratasse"
Katraponga - "Já era tempo de pensar mais livremente neste país"
São Rosas - "Pois eu vou lançar ainda mais polémica: A democracia é a ditadura das maiorias sobre as minorias. E é por isso que quando me perguntam se sou democrata, nunca respondo um «sim» convicto"
Maria Árvore - "Aplaudo Sãozinha! É isso mesmo! Quando todas as minorias tiverem os mesmos direitos não sei como se chamará mas é isso que falta. Porque, em última análise, defendo a liberdade até das minorias de um"
Encandescente - "Direi mais, São: Em democracia, a maioria tem de zelar e salvaguardar os direitos das minorias. Admiro a coragem dessas duas mulheres, tinham de ser as mulheres! Nunca entendi bem em que é que a sexualidade alheia afecta os valores da família chamada «tradicional» que, se vista e comparada com a noção de família há 50 anos atrás, de «tradicional» não tem nada"
zb - "Mas porquê casar? Juntem-se. De qualquer forma, não precisam casar para comprar uma casa a meias, basta cada um comprar 50% da casa e assumir essa responsabilidade perante o banco. O principal problema está nas instituições, e não no casar ou não casar.
De qualquer forma, penso que os homossexuais têm, de uma forma geral, relações mais instáveis (não há regra sem excepção) e isso cria alguma contenção dessas instituições em relação a eles. Eu também penso que (vá lá, chamem-me retrógrado), alguns direitos sociais a mais os casais normais devem ter, pois estamos a gerar futuros cidadãos pagadores de impostos para este país, enquanto que os restantes, por muito boa vontade que tenham, não irão conseguir dar nada de futuro com a sua relação a esta sociedade, para poderem tirar vantagens inerentes da sua relação da mesma"
Meteórico - "Sou heterossexual e nada homófobo, e isto não é dito da boca para fora, mas sim fruto das reacções que tive quando abordado por homossexuais. Cada qual é livre de se relacionar com quem quiser, e ninguém tem nada a ver com isso. O objectivo não é ser feliz? Mas será que o nosso (meu) conceito de felicidade é válido para toda a gente? O Estado é ainda o maior fazedor de mentalidades, através do que legisla para que vivamos uns com os outros em harmonia. E somos uma democracia, que acredita na liberdade. Como podemos continuar a não reconhecer como casal uma pessoa que decide partilhar a vida com outra do mesmo sexo? É isso liberdade? Ou o 'nosso' conceito de liberdade? O ideal não é dar os mesmos direitos aos homossexuais, é acabar com os benefícios ao casal. O ideal de família está mudado e a maior parte dos heterossexuais casam-se por interesse". E explica: "Toda esta questão está mal desde o iní­cio. Os benefícios aos casais, bem como os benefí­cios ao facto de ter filhos (IRS, por exemplo) são baseados numa forma de pensar conservadora, de famí­lia à antiga. Se considerarmos que 40% das crianças portuguesas vivem em famí­lias monoparentais e que o número de divórcios é enorme, depressa concluímos que alguma coisa está mal. Esqueçam esses subterfúgios de regulação da sociedade e apliquem esse dinheiro na educação das crianças, do tipo material escolar gratuito, refeições correctas gratuitas nas cantinas e mais horas de exercício fí­sico. Se querem controlar a sociedade, que comecem pela saúde e educação, não pela vida privada de cada um".
Seven - "O problema não é casar - coisa que continuo a achar um direito de pessoas de sexo diferente - mas sim em garantir aos casais homossexuais direitos equiparados aos casados (disse equiparados, não disse iguais). Essa cena de rever os direitos do casal - fiscais e outros - não é mal vista. Eu não diria retirar mas sim reajustá-los aos dias que correm (chiça que pareço o ministro a falar!). É claro que isto passaria por rever muitos outros direitos... nem quero pensar... E ainda dizem que o teu blog é porno! Porra, São!"
A Matahary cita o Rabbit's blog:
"Se ela estivesse...
...com um homem alcoólico...
...com um homem tóxico-dependente...
...com um homem que lhe batesse...
...com um homem que batesse na criança...
...com um homem com um historial de abuso sexual de menores...
...com o pior dos homens...
... o tribunal ter-lhe-ia provavelmente dado a custódia da criança. Mas como estava com uma mulher, o tribunal tira-lhe a filha, por falta de condições morais".

28 de janeiro de 2006

A Axe faz uma campanha misteriosa

Já aqui falámos de várias campanhas da Axe (Lynx para o Reino Unido e outros países).
Nesta nova campanha, enviam um e-mail com esta imagem do lado. Ao cricar, acede-se a esta página, onde vários rabiosques cuecados com bandeiras de vários países são por sua vez cricáveis.
A menina que escolheres pede-te então os teus dados pessoais (convém que selecciones a cueca portuguesa para a tua morada poder ficar completa, já que o campo do país não é editável) e a promessa de que tudo será revelado no dia 3 de Fevereiro.
Isto é publicidade... e também é erotismo... hmmm...

Já agora, sugiro-te que relembres os lábios Lynx... a companhia aérea Lynx... e as meninas do alfabeto Lynx.

26 de janeiro de 2006

Viva a nossa auto-estima!

Recordas-te da Campanha por Beleza Real da Dove? Escrevi aqui sobre essa ideia.
Falei-te também da About-Face, uma organização norte-americana cuja finalidade é "combater imagens negativas e distorcidas das mulheres nos meios de comunicação social".
Agora a Matahary sugere que olhes para a nova campanha da La Redoute, que transmite esta mensagem:

É o que defendo: «a beleza ideal é gostarmos de nós».

25 de janeiro de 2006

GoDaddy.com - Sempre malandrecos


Publicidade da GoDaddy.com

(mesmo a censurada pelos canais de televisão norte-americanos)

A GoDaddy.com sempre fez anúncios polémicos. Lembras-te de falarmos aqui do anúncio censurado no ano passado, no intervalo do Super Bowl? Pois este ano aconteceu o mesmo com um anúncio para os playoffs da NFC, protagonizado pela Candice Michelle, que lava de forma esplendorosa os vidros de um edifício de escritórios. Todos esses anúncios podem ser vistos no link ali de cima (alguns em versão não censurada).

23 de janeiro de 2006

A loja é coisa boa.


Saúdo a abertura da Loja da funda São e apresento mais algumas sugestões para futuros artigos. Atentem mais ou menos a meio, neste artigo:
Foreplay Rose Ref: 1005399
A beautifully presented and fantastically intimate foreplay rose. Simply peel away the petals, follow the commands and the rose will soon have you both in state of pure ecstasy. The ultimate romantic night in starts here...


Ninguém me convence que não existe mãozinha da São neste artigo. Ai não conão há.

Inaugura São - a loja

A loja-te!
Crica para ires a lojar-teQue bela maneira de inaugurar a loja!
A Encandescente é uma poetusa já há muito (re)conhecida no mundo dos blogs com o seu Erotismo na Cidade. E publicou agora o seu primeiro livro de poesia erótica. «Encandescente». É tão boa poetusa que está sempre a ver os seus textos divulgados sem referência à autoria. Isso é fodido... e nada erótico.
O Jorge Castro (OrCa), dono e senhor do blog Sete Mares, ode como ninguém. Neste livrinho de cordel «Odes no Brejo & Alguns Pecados» compila (não, suas gulosas, aqui é tudo junto) alguns dos seus poemas eróticos publicados neste blog porcalhoto.
Na loja da funda São podes comprar estes dois livros por € 10 + portes de envio. E encontras outras ofertas do tipo «leve no pacote... leve na carteira», como os dois livros de Luís Graça ou os polémicos livrinhos de BD do Alvarez Rabo... ou...
Em breve, também haverá produtos exclusivos da funda São (relembro que é marca registada) e arte erótica recomendada por mim.... hmmm...

16 de janeiro de 2006

Boa Publicidade


[+][2][3][4]

(via Jumento)

14 de janeiro de 2006

Faduncho triplicado do chuleco entradote - por Charlie

Preparem-se que no próximo Encontra-a-Funda o Charlie, mais conhecido como Rouxinol da Planície, vai cantar e tocar esta fado (anotem que é em LÁ maior):

Eu sou o Bigodinho-faz-me-jeito
Compro tudo já feito
Uso gravata encarnada
E levo tudo a direito
Seja largo seja estreito
Não se me escapa nada

Já tive vida de casado
Mas puseram-me a mala na escada
Aaaaaaaiiii...

Eu sou o bigodinho-faz-me-jeito
Com trabalho não me ajeito
Uso gravata encarnada

O meu tempo é pensar e a ver
O que menos posso fazer
Para o pirolím cantante
E logo a seguir a uma tanga
Sai depois uma zanga
Fico olhando mais adiante

Ao atravessar o largo da estiva
Ajeito os punhos da camisa
Aaaaaaiiiii...

Eu sou o bigodinho-faz-me-jeito
Tenho o mesmo direito
De aspirar o ar da brisa

Na casa de fado ao lado
Do meu sótão forrado
com figuras bizarras
É pr'onde eu levo as garinas
Onde as papo clandestinas
Gemendo os sons de guitarras

E foi aí que aconteceu
Nem quis crer no que aquilo deu
Aaaaaaaaiiiii...

Eu que levo tudo a direito
Nesse dia que enjeito
O tesão se perdeu.

Mas logo busquei a solução
Não se perde o homem não
Quando o não tem direito
Abri-lhe as pernas ao meio
Sessenta-e-nove sem mais paleio
O bigodinho fez-me jeito


E sempre daí em diante
Não mais passei pelo minguante
Aaaaaiiiiii...

Agora, largo ou estreito
Vai tudo a preceito
Logo depois do voo rasante.

Eu sou o Bigodinho-faz-me-jeito
O minete não rejeito
Não mais me falhou nada
Afundo de queixo no estreito
O bicho avoluma no peito
E depois vai de enfiada

Eu sou o Bigodinho-faz-me-jeito
Seja largo seja estreito
Não se me escapa nada
E compro tudo já feito.
Levo tudo a direito
Uso gravata encarnada

Charlie

12 de janeiro de 2006

Atentado no Metro na hora de ponta - por Bruno

Como sempre, entrei no metro na estação de Picoas na direcção Odivelas. Regra geral escolho sempre a segunda ou terceira carruagem a contar por trás. Dá-me mais jeito...
O relógio marcava aproximadamente 18 horas e, como sempre, o espaço era pouco para tanta gente.
As portas abrem-se, entro e encaminho-me para o lado das portas que não abrem. Depois de conquistado o meu espaço, levanto os olhos que chocam com uns verdes intensos. Os nossos olhares ficam colados, durante demasiado tempo. 10 segundos chegaram para eu desistir, pois não aguentei tanta cumplicidade e pressão.
Aqueles olhos verdes estavam enfiados numa cara não muito bonita nem demasiado feia. Ela tinha cabelos louros pelo queixo, estavam mal penteados, o seu corpo tinha uns quilos a mais para o meu gosto e estava colocada mesmo junto às portas de entrada.
Na Estação Saldanha - é onde entra mais gente... tanta gente - propositadamente
ou não, a dona dos olhos verdes, após a «redesorganização» usual em cada estação, vem para junto de mim. O cu dela, um pouco farto, fica perto de mim, lateralmente, sem contacto. O canto suave de pele da minha pasta toca-lhe na parte inferior do rego, este devidamente desenhado pelas calças creme justas de meia canela que acabavam nas botas de cano alto castanhas.
E se ela se vira para trás e me dá um estalo? Foi mesmo sem querer...
Comecei a equacionar tocar-lhe com a pasta propositadamente, o meu ritmo cardíaco aumentava e arrisquei! Foi delicioso, pois a pasta funcionou como uma extensão do meu corpo... e ela não reagiu...
Esta malta do Metro de Lisboa sabe fazer promoção!Campo Pequeno, nova confusão e novas posições, parecia um Kama Sutra subterrâneo. Já tinha esquecido os olhos verdes - como as paixões voam - agora o centro do mundo era aquele cu farto que por mero acaso pertencia também à proprietária dos olhos verdes.
Neste rearranjo o cu ficou junto à minha arma sexual, a uma distância de poucos centímetros, permitindo a cada pequena oscilação da carruagem o contacto físico, entre o meu caralho, preso nos slips, e a nádega esquerda presa nas calças creme.
A minha excitação psicológica começou a tornar-se física e o contacto intermitente era agora com uma semi-erecção. E ela estaria indiferente ou as oscilações da carruagem eram também desejáveis para ela? Nunca forcei nenhuma oscilação, não quis arriscar, chamarem-me tarado...
Entre-Campos, onde sai toda a gente, para apanhar os comboios e as pessoas se atropelam umas às outras... tive que a atropelar até à saída. Ela não se desviava e eu empurrei-a intensamente com o meu caralho mesmo no rego dela.
Junto à porta de saída ela virou-se, encostou-se à lateral para eu sair e mostrou-me novamente os olhos verdes... agora mais brilhantes...
E assim passaram poucos minutos...

Qualquer semelhança com a ficção é pura coincidência.

Bruno

9 de janeiro de 2006

Praga é a sociedade em que vivemos!

crica para veres a coisa em ponto graaaaande
Ai! Credo! Que horror! Que pecado!

Alguém me consegue explicar o que há de mal na a- e re-presentação do corpo humano no seu estado natural? Agora imaginem esta publicidade na Europa... ou nos EUA...
Como refere a malta da Adrants, nestas «terras da democracia e da liberdade» "temos que relacionar a nudez à decadência da humanidade e vê-la como catalisadora de uma orgia à escala nacional resultante de um orgasmo de dimensões continentais e de proporções cataclísmicas que causariam a destruição de todo o edifício moral que mantém os nossos EUA [a nossa Europa ocidental] coesos. Em Praga, exibem-se anúncios com nus e ninguém se incomoda com isso".

O Meteórico resume o que sentimos:
"Continuamos agarrados à educação reprimente da idade média/cristianismo, sendo que apesar de se avançar constantemente no tempo, neste tema avança-se e recua-se, sem que tenhamos evolução. O corpo humano é visto como pecado, bem como a sexualidade, e assim continuamos a ter uma sociedade castrada, sem liberdade de expressão. Enquanto se puder lucrar com isto, nada feito..."

8 de janeiro de 2006

Polvo - por Anukis

Ela odiava despedidas. Talvez porque tivesse participado em muitas. Habituara-se, todavia, a desligar-se desses momentos. O importante era não manter o contacto visual. Dar um último beijo com o coração de fugida. Virar as costas. Ir em frente. Nunca olhar para trás.
E agora, agora, ele estragara-lhe anos de treino em despedidas custosas. Ela ia apanhar o comboio depois do reencontro. Mais uma despedida. Talvez esta custasse mais que todas as outras. Estava abraçada a ele. Tinha um envolvimento forte e intenso. Tentou desprender-se de um braço e já lá estava outro. Mais um para tirar e depois mais outro. Parecia estar ligada aos braços dum polvo que nunca mais a queriam largar.
pintura de Alanna SpencePrecisava desligar-se para sofrer menos. Mais um beijo. Sentia a quentura da pele dele na gelidez do adeus. Precisava de voltar à independência do seu corpo, mas ele fundia-se cada vez mais nela. A tristeza crescia pelas suas entranhas. Ficou de coração oprimido a tentar sair dos braços daquela paixão em forma de polvo.
Ele olhava-a nos olhos, abraçava-a, sussurrava-lhe palavras de amor. Ela falava do presente que devia ser vivido mas não conseguia parar de pensar, de se projectar naquele futuro sem ele, sem o seu corpo, sem o seu abraço do qual queria fugir e ao mesmo tempo refugiar-se para sempre...
Finalmente, chegou o comboio. Um último beijo. Virar as costas. Ir em frente. Nunca olhar para trás. Nunca olhar para trás. Nunca olhar para trás...
De olhos secos, alma lacrimejante, viu-o partir pela janela...

Anukis