26 de julho de 2008

Nova revista portuguesa «Com'Out» - sair do armário...

Surpreendeu-me pela positiva a nova revista «Com'Out» dedicada a temas relacionados com a comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros). Aconselho a compra e a leitura a toda a malta. Sim, que nisto da sexualidade muitos heterossexuais têm ideiazinhas (taras, fobias e outras manias) desarrumadas no armário.
No forum da revista Auto-Hoje o pirikito colocou este tópico... e os comentários mostram o que para mim é evidente: ainda há muito a fazer para que, na vida real do nosso Portugalzinho, sexualidade rime com naturalidade. Cito e aplaudo:
Axxantis - "O nosso país precisa de aprender a aceitar a diversidade, e precisa sobretudo de deixar de se sentir ameaçado por quem pensa ou sente de modo diferente. Infelizmente as sociedades humanas demoram muito a integrar novos valores e costumes, pelo que se justifica este tipo de iniciativas. Não raras vezes é preciso conquistar o direito à diferença através do choque e mesmo de alguma sobre-exposição, para então por fim conquistar o verdadeiro direito, o direito à indiferença."
pirikito - "(...) Neste país ainda é preciso ter 'tomates' para assumir a diferença e eu não escondo o que sou e basta-me isso para poder dizer que tenho mais 'tomates' que muitos supostos 'machões' que por aí andam... Aos que sabem respeitar as pessoas na sua diversidade e acreditam no direito à felicidade para tod@s os meus cumprimentos, aos outros os meus pêsames... felizmente a homofobia, como outras fobias, tem tratamento. (...)Antes de alcançar a igualdade é preciso alcançar o direito à diferença e à visibilidade...no dia em que for indiferente as pessoas serem hetero, gays, lésbicas, bissexuais ou transexuais, em que todos sejam tratados como cidadãos não só com deveres iguais mas também com direitos iguais...nessa altura esta revista assim como outras iniciativas LGBT deixarão de fazer sentido...até lá têm toda a razão de ser - esta é uma luta por Direitos Humanos, assim como o são a luta contra o sexismo, o racismo, a xenofobia, a discriminação das pessoas com deficiência...todo o tipo de preconceitos e discriminações! (...) Acredito que ser gay, com toda a luta interior e social que isso implica, fez de mim uma pessoa mais forte, corajosa, assertiva e respeitadora de tod@s!"
MS - "(...) Faz-me alguma confusão esta recente escalada dos que dizem encarar a homossexualidade com total naturalidade. Uma coisa é aceitar esta orientação e respeitar quem a tem e fazer um esforço por lidar com a maior naturalidade possivel! Outra é conseguir fazê-lo! E acho que a grande maioria (onde me incluo) ainda não consegue fazê-lo! Quantos de vós iriam jantar descontraidamente com um casal de homossexuais? Quantos de vós, que têm uma empresa, contratariam sem pensar duas vezes, um homossexual? Quantos de vocês aceitaria em vossa casa, a jantar, um casal de homossexuais que tivesse um com o outro manifestações de afecto, em frente ao vosso filho de 8 anos?"
pacxito - "Concordo com a necessidade de suavidade na transição. Acho que a comunidade gay não pode esperar que de um momento para o outro toda a gente os aceite, ou pelo menos que não achem curioso um casal gay, todas as mudanças levam tempo e requerem habituação. Também acho que a comunidade gay (e não a comunidade de bichas histéricas) é muito respeitadora relativamente à população em geral. Os que conheço pessoalmente não dão espetáculo, raramente tem demonstrações de carinho em público, para respeitarem as mentalidades menos abertas e também para se protegerem um pouco relativamente aos tais curiosos (todos somos ou fomos)."
Já agora, deixo duas sugestões para a revista: acho que faltam humor e auto-crítica.
E o Nelo tãe açúa ópeniâum çenpre eçpessiále:
"Olha... Ção Rozas, melhér...
Asho questa jente nam pressebe nada dishto. Per ezemples: Éu que çou bisha nam queru nunca que seija vishto pelas ôutras peçoas como normal e açim.
Nam queu seija anormal, nam éi iço.
Mas no dia eim que çair há rua e nengueim reparar eim mim, açim espampanante com uma camiza Harmane, e umas calças jins da Tiffose denim, de luvas Gutshe e a minha tigréçe, bamboliando-me e lansando prefumes pró ar...
E asdepois quando paço ao pé dum belo mashão e tiru os meus ólicos de çol Roberto Cavale, e le fasso um beissinho e ele çe arrepia todo inquanto çei cas outras peçoas ficóm olhando ispantadas pra mim. Éu, Nelo melhér bisha o sentro do mundo...
No dia eim que çer homeimsekual for normal e nengueim reparar como ei diferente çer bisha...
Éu... Nelo... que fasso tudo pra que seija notada a minha difrensa... Quereim que eu seija ingual hàs ôutras e me perca no anominato e na vulgaridade..
MELHÉRES! QUE POÇIDONITE..."


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